Poesia de Machado de Assis:

"Um sorriso"

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Créditos: obra de domínio público. Imagens: Historiatecabrasil.com

Não sabes, virgem mimosa, Quanto sinto dentro d'alma Quando sorris tão formosa Sorriso que traz-me a calma:

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Brando sorriso d'amores Que se desliza entre as flores De teus lábios tão formosos; Doce sorriso que afaga Do peito a profunda chaga De tormentos dolorosos.

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Quando o diviso amoroso Por sobre as rosas vivaces Torno-me louco, ansioso, Desejo beijar-te as faces;

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Corro a ti... porém tu coras Logo súbito descoras Arrependida talvez... Na meiga face t'imprimo Doce beijo, doce mimo Da paixão que tu bem vês

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Eu gosto, meiga donzela, De ver-te sorrindo assim Semelhas divina estrela Que brilhas só para mim:

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És como uma linda rosa Desabrochando mimosa Ao respiro da manhã: És como serena brisa Que no vale se desliza, Seu mais terno e doce afã.

És como uma linda rosa Desabrochando mimosa Ao respiro da manhã: És como serena brisa Que no vale se desliza, Seu mais terno e doce afã.

O brando favônio ameno; Da fonte o gemer sentido, Da lua o brilho sereno Sobre um lago refletido Não tem mais doces encantos Que, sobre os puníceos mantos Dos lábios teus um sorriso.

Sorriso que amor me fala Como d'alva o encanto, a gala Quando serena a diviso. Em seus lábios um sorriso É a luz do paraíso. GARRET

Sorri, sorri, que teu sorriso brando Minhas penas acalma; É como a doce esp'rança realizada Que as ânsias desvanece!

E se queres em troca dum sorriso Uma prova de amor Vem para perto de mim m' escuta ao peito Na face um beijo toma...

FIM... 

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