Poesia de Machado de Assis:
"O Pão D'Açucar!"
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Créditos: obra de domínio público. Imagens: Historiatecabrasil.com
Salve, altivo gigante, mais forte Que do tempo o cruel bafejar, Que avançado campeias nos mares, Seus rugidos calado a escutar.
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Quando Febo ao nascente aparece Revestido de gala e de luz, Com seus raios te inunda, te beija, Em tua fronte brilhante reluz.
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Sempre quedo, com a fronte inclinada, Acoberto dum véu denegrido; Tu pareces gigante que dorme Sobre as águas do mar esquecido.
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És um rei, sobranceiro ao oceano, Parda névoa te cobre essa fronte, Quando as nuvens baixando em ti pairam Matizadas do sol no horizonte.
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Fez-te o Eterno surgir d’entre os mares C’uma frase somente, c’um grito Pos-te à fronte gentil majestade, Negra fronte de duro granito.
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Ruge o mar, a procela te açoita, Feros ventos te açoitam rugindo; O trovão lá rebrama furioso, E impassível tu ficas sorrindo.
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E da foice do tempo se solta Sopro fero de breve eversão, Quer feroz te roubar para sempre; Tu sorris, qual sorris ao trovão.
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Salve, altivo gigante, mais forte Que do tempo o cruel bafejar, Que avançado campeias nos mares, Seus rugidos calado a escutar.
FIM...
Veja também:
Soneto A S.M. O Imperador, O Senhor D. Pedro II, Machado de Assis.
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