Hans Staden, as Duas Viagens ao Brasil

Bem nas primeiras décadas em que o Brasil foi descoberto, um alemão (chamado de Hans Staden) viveu em nossas terras uma das maiores aventuras da sua vida. Depois, voltou para a Europa para contar sua grande experiência que viveu nesse “Novo Mundo”.

Foi daí que surgiu a publicação de um maravilhoso livro contando a história de Hans Staden no Brasil. O livro foi publicado por Andres Colben em 1557.

Esse livro, “As Viagens ao Brasil”, teve o título original (bem grande por sinal) com o nome: “História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois Últimos Anos, Visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora a Traz a Público com essa Impressão”.

Naquela época, nascia um Best Seller de Hans Staden na Europa. Quando os Europeus conheceram a história contada no livro, a coisa se espalhou deixando uma ideia de que no continente americano (Novo Mundo) habitavam vorazes canibais que gostavam e comiam a carne do homem branco da Europa.

Livro as viagens ao Brasil

Quem foi Hans Staden?

Foi um alemão que Nasceu em Homberg em 1525 e faleceu em Wolfhagen em 1576. Foi um viajante, comerciante, aventureiro, marinheiro, cronista e mercenário. Lutou no Brasil ao lado dos portugueses para combater piratas franceses em 1548.

As duas passagens de Hans Staden pelo Brasil

O alemão aventureiro viveu no Brasil por duas vezes. A primeira passagem aconteceu em 1548. Saindo de Bremen, na Alemanha, Hans Staden atravessou metade da Europa para chegar à Portugal. Lá em Portugal, ele embarcou em um navio português que tinha destino marcado para América Portuguesa.

Quando chegou ao Brasil, mais precisamente em Pernambuco, o aventureiro Hans Staden precisou ajudar os portugueses a lutar contra os piratas e corsários franceses que estavam explorando o Brasil.

Outras matérias importantes de história:

O governador-geral Duarte da Costa, em Pernambuco, solicitou a ajuda ao tal grupo de portugueses que Hans Staden agora fazia parte. O pedido de ajuda era para formar uma defesa contra índios de Iguaçu e defender a fortaleza atacada por eles.

Deu certo! Os portugueses tiveram resistência às armadilhas dos índios. Logo após alguns meses o alemão voltou a Europa.

A volta ao Brasil

Hans Staden voltou ao Brasil em 1549, mas dessa vez servia ao Rei da Espanha. Ele saiu de Sevilha, indo em direção ao rio da Prata, porém, o navio em que o aventureiro estava naufragou bem no Estado de Santa Catarina impossibilitando-o de chegar ao seu destino.

Hans Staden e os demais náufragos conseguiram a façanha de sobreviver; e algum tempo depois conseguiram chegar à colônia de São Vicente. Lá o Alemão atuou como defensor do Forte de São Filipe de Bertioga.

Hans Staden livra-se da morte

Ainda em São Vicente, Hans Staden e os outros colonos acabaram sendo capturados pela tribo de índios chamada de Tupinambás. A maior parte dos homens capturados foi sacrificada num macabro ritual antropofágico. A cena que Hans Staden viu ali o deixou muito assustado: indígenas (que estavam mais para demônios) esquartejavam os corpos dos humanos e depois os comiam como se fossem uma carne comum qualquer.

Hans Staden teve medo e não foi atoa: estava consciente que em pouco tempo ele também seria devorado pelos indígenas tupinambás ferozes, mas mesmo estando aterrorizado, o sábio alemão conseguiu arquitetar um belo plano e conseguiu se livrar de ser assado e comido como um leitão qualquer.

E como Hans Staden fez isso?

O cristão europeu conseguiu trapacear os índios se passando por um tipo de Deus que era capaz de controlar chuvas e ventos. Passado alguns meses, o aventureiro conseguiu escapar e retornar a Europa a bordo de um navio francês.

Vídeo sobre Hans Staden, as Duas Viagens ao Brasil (livro)